O recordista Marinho Macapá
Marinho
Carlos da Silva Santos nasceu na cidade da Macapá, capital do Amapá, em
16 de janeiro de 1955. Vivia com sua família, próximo a Curiaú, onde
desde muito jovem passou a trabalhar em uma roça de mandioca, onde ao
que tudo indica ganhou o preparo físico que sempre foi seu ponto forte.
Tinha como lazer, participar das peladas nas praças do Laguinho, que
eram organizadas pelos padres das paroquias locais. Nos campeonatos
internos entre as equipes paroquiais, muitos jogadores locais eram
revelados, dentre eles Marinho que logo foi convidado para fazer parte
do Ameriquinha.
Aos
17 anos foi jogar nos juvenis do maior clube da cidade, o Esporte Clube
Macapá, onde sonhara fazer parte da equipe principal. Sem muitas
oportunidades, acabou indo para o América Manganês de Serra do Navio e
em seguida já estava no Independente. Contratado pelo Santana Esporte
Clube, para disputar o campeonato amapaense de 1976. Marinho foi um dos
destaques da equipe que foi vice-campeã do Amapá ao empatar sem gols com
o Ypiranga em 8 de dezembro daquele ano. Jogando como volante e
considerado um marcador implacável, a imprensa passou a afirmar que “ele
não cansava nunca”.
Passou
pelo Fluminense de Santarém, onde ficou pouco tempo, e de onde saiu
para defender o Guarani Atlético Clube, ajudando a equipe a conquistar
seu primeiro título do campeonato amapaense em 1977. No ano seguinte, em
1978, de passagem por Manaus, o Guarani disputou uma partida amistosa
com o Nacional, então campeão amazonense, que se preparava para disputar
o campeonato brasileiro. Embora estivesse recheado de “medalhões” o
Nacional não conseguiu sair de um empate por 1 gol, muito por conta da
grande atuação de Marinho. Embora não tivesse muita habilidade, o que
chamou a atenção do técnico amazonense Laerte Dória, foi a disposição
demonstrada por Marinho, para quem não havia bola perdida.
Contratado
juntamente com o seu companheiro Bolinha, Marinho chegou ao Nacional
para disputar o campeonato amazonense de 1979, onde agregou ao seu nome,
o do seu estado de origem, Macapá. A princípio viria apenas para ser
reserva, no entanto, sua estreia na equipe aconteceu logo na primeira
rodada da competição em 14 de abril substituindo o lateral titular,
Soló, na goleada por 6 a 0 frente ao Sul América. De volta ao banco de
reservas, conquistaria seu primeiro título amazonense naquele ano.
Já
como titular, a partir de 1980, Marinho Macapá passou a impor uma
rotina de títulos, inédita e jamais alcançada por qualquer jogador que
atuou no futebol amazonense. Campeão pelo Nacional em 1980 e 1981 perdeu
a chance de conquistar seu quarto titulo em 1982, por conta dos
dirigentes nacionalinos terem impedido a equipe de ir enfrentar o rival
Rio Negro, na partida decisiva marcada para o dia 25 de novembro. Seu
bom futebol acabou chamando a atenção de equipes do nordeste, no caso de
dois Américas, o de Natal e o do Ceará, onde atuou durante 1983. De
volta ao Amazonas, em 19 de julho de 1984 teve a incrível experiência de
atuar ao lado de Rivelino, convidado especial, Dario, em sua estreia na
equipe, e Edu, no empate por 1 a 1, em partida amistosa disputada entre
Nacional e Remo. Voltaria a ser campeão estadual em 1984, 1985 e 1986,
neste ultimo, segundo palavras do próprio Marinho, na final mais
emocionante que disputou na vitória por 1 a 0 frente ao rival Rio Negro,
em 27 de agosto, com o estádio Vivaldo Lima completamente lotado.
Em
1987, foi surpreendido com o convite para atuar justamente no Rio
Negro, onde embora não tenha conseguido se firmar como titular foi
campeão estadual em 1987 e 1988, na verdade pentacampeão de forma
consecutiva. De volta ao Nacional e novamente como titular seria
vice-campeão estadual em 1989 e 1990 e as vésperas de completar 37 anos,
foi campeão em 1991. Continuou como titular do Nacional até 1994,
conquistando seu ultimo titulo amazonense, em 1995, com mais de 40 anos
de idade. Ao longo de sua carreira, foram 11 títulos estaduais, 1 no
Amapá e 10 no Amazonas, sendo o jogador com o maior número de conquistas
na história do futebol amazonense.
Marinho
Macapá foi um jogador de exceção, vindo de um estado com pouquíssima
representatividade no futebol brasileiro, que se tornou quase que um
selo de garantia para as equipes que almejavam o título no estado em que
escolheu para fazer sua carreira.
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