terça-feira, 29 de setembro de 2015

Como será o Barcelona sem Messi?


É difícil imaginar o Barcelona sem Messi. Não bastasse ser o craque do time e o melhor da história, ele ainda faz questão de jogar quase todas as partidas da temporada. É raro vermos o Barça entrar em campo sem o camisa 10, e isso dificulta saber como o time se comporta nessa situação.
Mas algumas conclusões são mais naturais. Sem o argentino, alguém precisa liderar o time, desequilibrar partidas difíceis com um lance inesperado e genial. O esperado é que Neymar assuma essa responsabilidade, mas não acho que ele fará isso sozinho. Suárez está em ótima forma nesse começo de temporada e mostra estar mais pronto para decidir como Messi costuma fazer. E sua função no time não muda com a lesão do camisa 10: independente de quem jogar pelos lados do campo, Luisito será o centroavante do time e deve jogar como vem fazendo desde que chegou ao Barça.
A mudança é maior para Neymar. Quando pega a bola, ele sempre procura Messi, da mesma forma que o argentino o procura. Sem seu grande parceiro, o camisa 11 pode ser mais individualista, incisivo, driblar mais e ter uma protagonismo maior nas jogadas. Mais do que um aumento da responsabilidade, é uma mudança na forma que o brasileiro se encaixa no time.
Mas alguém terá que substituir Messi literalmente, e é aí que o debate fica mais interessante. O simples seria colocar Munir em campo para jogar no lado direito, mas sem voltar tanto para participar da criação das jogadas. Sandro, nas vezes que entrou em campo, foi mais participativo jogando pelos lados do que como centroavante, e pode ser uma opção também.
Num ato de inventor, Luis Enrique ainda poderia colocar Rakitic ou Iniesta para jogar no lado direito do ataque, enquanto Sergi Roberto jogaria no meio de campo. Não é a opção que mais me agrada, mas, visto que o treinador não tem medo de inventar, é possível que aconteça.
Getty Images
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A lesão de Messi é mais uma dor de cabeça para Luis Enrique no começo da temporada
Há outra possibilidade, que mexeria bem mais com o time: mudar o esquema de 4-3-3 para 4-4-2. Dessa forma, teríamos dois volantes e dois meias mais avançados, enquanto Suárez e Neymar seriam os atacantes.
O meio de campo poderia ser formado por Busquets, Mascherano, Rakitic e Iniesta, com a possibilidade da entrada de Sergi Roberto como volante ou interior (posição mais avançada do setor, ocupada por Iniesta e Rakitic) no lugar de algum deles para fazer rotações. Gumbau, meia do Barça B que ganhou seu espaço no time principal após a lesão de Rafinha, também pode ser usado nas duas funções.
Acredito que essa mudança no esquema de jogo seja uma possibilidade muito grande para os jogos contra o Bayer Leverkusen, pela Liga dos Campeões, e na visita ao Sevilla, pelo Campeonato Espanhol. A partida contra o Villarreal, que pode ser a última sem Messi, também é forte candidata a ser palco da troca de formação.
Nos demais confrontos, Luis Enrique deve fazer o simples e usar Munir ou Sandro no lado direito do campo. Talvez a única outra possibilidade seria se a FIFA permitisse que o Barça inscrevesse Arda Turan agora, mas isso não deve acontecer.
A Federação Espanhola permite que um clube registre um novo jogador caso um atleta do elenco se machuque e precise de cinco ou mais meses para se recuperar, como é o caso de Rafinha. O Barcelona questionou a FIFA se poderia inscrever Arda, já que a punição terminou junto com a última janela de transferências, em agosto, mas a instituição disse que a inscrição "pode" infringir as regras.
O clube solicitou uma resposta mais clara, mas ainda não teve retorno. Como a regra de substituir um jogador machucado é da Federação Espanhola, e não da FIFA, o pedido do Barça dificilmente será atendido.
Se o improvável acontecer e a FIFA permitir a inscrição, Arda seria uma opção para jogar no ataque, na mesma posição em que Messi atua. Mas pensar em contar com ele agora seria apostar em algo que não deve acontecer, e é melhor que Luis Enrique foque em encontrar opções dentro do elenco. Substituir Messi é impossível, mas grandes jogadores que podem decidir jogos na ausência do melhor do mundo não faltam ao Barcelona.

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